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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TEXTO 130 - CRÔNICA: LIVRO (DE XADREZ) - FICÇÃO / LITERATURA ENXADRÍSTICA.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.saladabit.com/2011/12/cronica-livros-de-xadrez-por-tiago.html



Olá amigos, revirando os HD's, para fazer back ups e jogar coisas inúteis na lixeira virtual, encontrei alguns contos e crônicas (é difícil distinguir entre um e outro estilo!) sobre xadrez que devo ter escrito há uns 10 anos, e resolvi postá-las aqui.

A primeira Crônica é "Livros (de xadrez)", espero que gostem!

Tiago.



LIVROS (de xadrez)
          Tiago Seixas



"Capivara: jogador de xadrez de nível fraco, ou aquele que se considera forte quando não sabe jogar nada; esse último é a pior espécime." A.A.


    Já era outro dia; o relógio começara a contar do zero novamente. No entanto, ali permanecia o capivara, à frente do seu tabuleiro, com um pequeno livro de folhas amareladas, soltas e roídas, provavelmente comprado em algum sebo.

    O que antes não passaria de uma velharia, quando foi encontrado, por acaso, na prateleira, após ter aprendido a “ler xadrez”, foi comemorado, tal como um arqueólogo que encontra uma relíquia de grande valor. Bem verdade que eu nunca havia ouvido falar do autor desse livro de Defesa Índia do Rei; nem sei se voltarei a ouvir, se é que ainda está vivo o pobre do Benito Esnaola.

    De qualquer forma, livro de xadrez é livro de xadrez: sempre é bem-vindo ainda que nunca cheguemos a lê-lo. Ainda que utilize um arcaico padrão de impressão (parece que foi datilografado!) e a chata notação descritiva...

    Pouco importa também o idioma em que foi escrito o livro de xadrez, – pode até estar falando grego - sempre tem uns diagramas aproveitáveis. Espanhol e inglês até que dá para entender bem as explicações, mas há um tal de “Gli Scacchi per tutti” aqui em casa que é difícil de ver mais que as peças no tabuleiro e a notação dos lances. Foi escrito por (também nunca vi mais gordos) A. Cillo e S.Luppi, mas tá longe de ser jogado fora.

    Pelo menos, já sei que em italiano a dama é donna, o negro é nero, lance é mossa e o peão é pedone; até arriscaria uma tradução para o título: Xadrez para Capivaras. Mas como diz o ditado, “tradutore traditore”... ("Tutti" só pode significar “capivara”, mas nem vou olhar no Tradutor Google para não perder a graça...)


     Lembro-me de um fato que ocorreu na porta do elevador do prédio, após um minitorneio com mais três capivaras. Vi um saco, com alguns livros grandes e, com certeza, pesados. Blefei – já sabia a verdade – dizendo que eram livros de xadrez. Todos chegaram logo, mas viram que eram Códigos de Direito, uns oito mais ou menos, com décadas de idade. Então, dois dos capivaras reivindicaram os livros para si, dizendo serem estudantes de Direito.

    Após folheá-los, em rápida conferência informal, concluiu-se que já estavam bastante desatualizados; praticamente só serviam para jogar no lixo, colocar no banheiro, fazer fogo ou usar para calço de mesa. O interesse logo foi embora.

    “Mas imaginem se fossem livros de xadrez?” – alguém perguntou, completando em seguida – “aí ia ter porrada aqui.”

    Graças a Deus eram só velhos livros de Direito...


    Obs: Ah se eu encontro aquele “My 60 best games” de Fischer, que sei que vi lá em casa quando era pequeno...

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