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terça-feira, 2 de outubro de 2012

TEXTO 153 - O JOGO DE XADREZ E A IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES - PARTE 5.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIAS:
http://ludicum.org/MR/textos/ArtigoSPM.pdf


Desenvolvimento do estudo
O estudo realizado enquadra-se no âmbito da investigação educacional e mais
precisamente na área de educação matemática. Tratou-se de uma investigação de paradigma
quantitativo não experimental e, mais concretamente, de um estudo correlacional. A opção
por um estudo correlacional fundamenta-se no facto de a literatura referir que estes estudos
são indicados quando se pretende descobrir ou clarificar relações entre as variáveis quando
não há ou há muito pouca investigação prévia sobre o assunto.
Com este estudo procurámos verificar a existência ou não de relação entre o jogo de
xadrez e os padrões, pretendendo identificar a capacidade de resolver problemas envolvendo
um determinado tipo de padrões, junto de jogadores de xadrez e  não jogadores de xadrez,
verificar a relação entre essa capacidade e a capacidade de jogar xadrez, bem como a
dicotomia jogador/não jogador, paralelamente à relação entre estas capacidades e a idade, os
anos de escolaridade, o género e a avaliação escolar a Matemática.
Desta forma, foram enunciadas as seguintes questões de investigação:
1. Existe relação entre a capacidade de jogar xadrez e a de resolver problemas
que envolvam padrões?
2. Existe relação entre a capacidade de resolver problemas que envolvem padrões
numéricos ou padrões geométricos e a capacidade de jogar xadrez?
3. Existe relação entre a capacidade de resolver problemas que envolvem padrões
e o facto de jogar xadrez, a idade, o ano de escolaridade, o género e a avaliação
escolar a Matemática?
Das questões de investigação anteriormente referidas foram formuladas as respectivas
hipóteses de investigação.
Para uma melhor compreensão do estudo passamos a identificar as variáveis utilizadas
na investigação, referindo a forma como foram operacionalizadas.
Capacidade de resolver problemas que envolvem padrões – utilização de um teste
construído e validado especificamente para este estudo.
Capacidade de jogar xadrez
                                             
– medida através do ELO
4
 do jogador na altura em que
lhe é aplicado o teste, utilizando a última lista de ELO da FPX publicada à data.
Jogar xadrez, idade, ano de escolaridade, sexo – utilização de um inquérito para a
recolha de dados.
4
 Cotação atribuída aos jogadores de xadrez que pretende medir a força do jogador.


Avaliação escolar a Matemática – níveis do 1.º Período obtidos através do inquérito.
Os sujeitos envolvidos neste estudo são alunos do 3.º ao 6.º ano do Ensino Básico
português, xadrezistas e alunos com xadrez como desporto escolar a frequentar os anos de
escolaridade referidos.
A população do estudo é constituída da seguinte forma: alunos do 3.º e 4.º ano do 1.º
Ciclo do Ensino Básico de uma escola do 1.º Ciclo do Ensino Básico do centro urbano de
Braga; alunos do 5.º e 6.º ano do 2.º Ciclo do Ensino Básico do centro urbano de Braga;
xadrezistas e alunos com xadrez como desporto escolar de várias zonas do país. De referir que
as escolas do 1.º e 2.º Ciclos do centro urbano de Braga pertencem ao mesmo Agrupamento
de Escolas, sendo que a escola do 1.º Ciclo era constituída por 16 turmas e um total de 380
alunos e a parte do 2.º Ciclo, referente à EB 2 3, era constituída por 15 turmas e um total de
368 alunos. Os xadrezistas e alunos com xadrez como desporto escolar são provenientes de
vários clubes que agrupámos nas seguintes zonas: Aveiro, Guimarães, Lisboa, Vila Nova de
Famalicão e Vila Nova de Gaia.
A opção pela escolha desta população assenta na proximidade das escolas do centro
urbano de Braga com a residência da investigadora e com a decisão de fazer a recolha de
dados referentes aos xadrezistas aproveitando os torneios distritais e nacionais de xadrez. A
parte da população relativa aos alunos com xadrez como desporto escolar deve-se à grande
disponibilidade e amabilidade de dois professores de xadrez em fazer a recolha de dados nas
suas escolas. Este facto, aliado a uma população muito extensa, contribuiu para que a amostra
culminasse num número significativo de sujeitos.
Deve esclarecer-se que a designação xadrezistas também inclui alunos com xadrez no
desporto escolar. O termo serve  apenas para distinguir os sujeitos cujos testes e inquérito
foram aplicados aproveitando a sua participação nos torneios referidos, sendo o total de 65.
Como instrumentos para a recolha de dados utilizámos um inquérito e um teste. Na
construção do inquérito procuraram abordar-se as questões pertinentes ao estudo como as
avaliações escolares a Matemática, se é ou não jogador, o ELO,  a data de nascimento, o
género, o ano de escolaridade, e o levantamento de dados que ajudassem a caracterizar a
amostra. Nem todas as crianças sabiam o seu ELO, pelo que se optou por fazer uma pesquisa
exaustiva às listas de ELO publicadas pela FPX para procurar o  ELO do jogador ou para
confirmar o que era referido no inquérito. Para efectuar esta pesquisa revelou-se muito útil a
data de nascimento dos jogadores e saber o clube ou escola a que pertenciam. O teste surge
após a observação de diversos testes envolvendo a procura de padrões, nomeadamente testes
de QI. Nesses testes, verificou-se a existência de problemas que envolviam padrões numéricos
e padrões geométricos, pelo que se procurou a elaboração de questões similares. Durante este

processo verificou-se alguma dificuldade em manter a ideia inicial de estruturar as questões
numa parte de carácter numérica e noutra de carácter geométrico. No campo da geometria
muitas vezes verificam-se padrões que têm relação com números, sendo a descoberta desse
padrão responsável por conseguirmos 'ver' essa relação que, à partida, não seria evidente
(Vale et al, 2006).
Na elaboração das questões está subjacente a seguinte estrutura:
− identificação do elemento seguinte de determinado padrão;
− identificação do elemento que não se enquadra no padrão;
− produzir (o elemento seguinte, ou os elementos em falta) padrões.
Esta estrutura baseou-se na formulação de questões semelhantes  observadas noutros
autores, nomeadamente nas colocadas por Krutetskii (1976). Baseia-se ainda nas conclusões
do mesmo Krutetskii (Idem) que verificavam existir tipos de abordagem predominantemente
lógico-verbal ou analítica, visual-pictórica ou geométrica e harmónica (que combina as duas
anteriores).
Para efectuar a validação do teste foi constituído um júri composto por dois
professores de Matemática do Ensino Superior, um professor de Matemática e Ciências do 2.º
Ciclo do Ensino Básico e um professor do 1.º Ciclo do Ensino Básico especializado em
Matemática. A constituição deste júri procurou conciliar opiniões de carácter académico e
didáctico, sendo importante aferir sobre a qualidade da construção do teste e sobre a sua
aplicabilidade aos alunos do 1.º e 2.º Ciclos. Após uma análise cuidada das observações dos
elementos do júri ficaram apuradas 26 questões.
A pilotagem do teste incidiu sobre uma amostra de 105 alunos, compreendendo 20 do
2.º ano, 23 do 3.º ano, 22 do 4.º ano, 23 do 5.º ano e 17 do 6.º ano, num total de 5 turmas (uma
turma por ano de escolaridade). O menor número de alunos do 6.º ano explica-se pelo facto
de, no dia concedido pelos professores para a aplicação do teste, três alunos participarem num
corta-mato e uma aluna não ter respondido. Os alunos são todos provenientes de uma escola
do 1.º Ciclo e de outra do 2.º e 3.º Ciclos, pertencentes a um  Agrupamento de Escolas do
centro urbano de Braga. Apesar da amostra ser constituída por alunos do Ensino Básico, os
alunos do 2.º ao 4.º ano pertencem ao 1.º Ciclo e os alunos do 5.º e 6.º ano pertencem ao 2.º
Ciclo. Este facto originou procedimentos diferenciados, atendendo a que a organização dos
dois Ciclos é muito diferente. No 1.º Ciclo, o professor titular de turma escolheu o momento
que considerou mais oportuno para se passarem os testes; no 2.º Ciclo, a presidente do
Agrupamento sugeriu a utilização das aulas de Estudo Acompanhado e prontificou-se a 14
colocar o assunto aos professores e a fazer a calendarização.


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