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terça-feira, 2 de outubro de 2012

TEXTO 155 - O JOGO DE XADREZ E A IDENTIFICAÇÃO DE PADRÕES - PARTE 7.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://ludicum.org/MR/textos/ArtigoSPM.pdf



Resultados obtidos no estudo
Neste estudo procurámos averiguar a existência de relação entre as diversas variáveis.
Para uma melhor compreensão os resultados encontram-se estruturados tendo em vista as
questões de investigação. No entanto, pareceu-nos relevante apresentar ainda alguns
resultados da prestação que os alunos obtiveram no teste.
Prestação obtida no teste
A capacidade de identificar padrões, como referido anteriormente, foi medida através
do teste construído para este estudo. Verificou-se que os alunos são capazes de identificar
padrões de forma satisfatória, como pudemos verificar através da média obtida. Relativamente
a cada uma das partes do teste (primeira parte de carácter geométrico e segunda parte de
carácter numérico) verifica-se que houve mais facilidade em responder à primeira parte e os
alunos do 3.º ano revelaram dificuldades na segunda parte do teste. Observámos, ainda, que as
médias obtidas, quer no teste na sua globalidade quer em cada uma  das  partes,  iam
aumentando em função do aumento do ano de escolaridade.
Analisando a prestação obtida no teste em função do facto de jogar xadrez,
verificámos que os xadrezistas revelaram ser os que melhor resolveram o teste, sendo mais
evidente essa prestação relativamente à segunda parte do teste. Desta forma podemos concluir
que os alunos xadrezistas identificam melhor padrões, principalmente padrões numéricos do
que os que os alunos que não jogam xadrez. Por sua vez, concluímos que as diferenças
existentes na identificação de padrões entre os não jogadores e os alunos do desporto escolar
não são significativas, embora os segundos consigam uma melhor  prestação. Esse resultado
poderá residir no facto de os alunos do desporto escolar terem ainda muito pouca prática de
xadrez. De salientar que, em todas as análises feitas, os alunos obtêm melhor prestação na

primeira parte do teste que é de carácter geométrico. Inversamente, os xadrezistas têm melhor
prestação na segunda parte do teste que é de carácter numérico.
Relação entre a capacidade de identificar padrões e a capacidade de
jogar xadrez
Relativamente à relação entre a capacidade de identificar padrões e a capacidade de
jogar xadrez podemos concluir o seguinte: a) existe relação entre a capacidade de identificar
padrões e a capacidade de jogar xadrez com um coeficiente de correlação de r = 0,458 (tabela
1); b) a relação entre a capacidade de identificar padrões e a  capacidade de jogar xadrez é
afetada pelo ano de escolaridade, no entanto, retirado esse efeito a relação ainda mantém um
valor significativo; d) a relação entre a capacidade de identificar padrões e a capacidade de
jogar xadrez é ligeiramente afetada pela idade e pelo gênero,  sem  que  esse  efeito  seja
significativo.

A constatação da existência desta relação leva-nos a concluir que jogar bem xadrez
parece constituir uma boa estratégia para identificar padrões. Este facto vem de encontro ao
apontado pelo programa, relativamente aos jogos de estratégia.
Relação entre a capacidade de identificar padrões numéricos ou
geométricos e a capacidade de jogar xadrez
A capacidade de identificar padrões geométricos foi medida através da primeira parte
do teste e a capacidade de identificar padrões numéricos através da segunda parte.
Relativamente à capacidade de identificar padrões geométricos podemos concluir que
existe uma relação entre essa capacidade e a capacidade de jogar xadrez. Como podemos
observar através da tabela 2 o coeficiente de correlação é de r = 0,320

Quanto à capacidade de identificar padrões numéricos, podemos concluir que também
existe relação entre essa capacidade e a capacidade de jogar xadrez, sendo esta relação mais
forte do que a anteriormente referida. Observando a tabela 3 podemos verificar uma
correlação de r  = 0,463 entre a capacidade de jogar xadrez e a capacidade de identificar
padrões numéricos.



Desta forma, podemos concluir que existe relação entre identificar padrões numéricos
ou geométricos e a capacidade de jogar xadrez, sendo essa relação mais forte para o caso dos
padrões numéricos.
Relação entre a capacidade de identificar padrões e o facto de jogar
xadrez, a idade, o ano de escolaridade, o género e a avaliação escolar a
Matemática
Em função da terceira questão de investigação passamos a apresentar as conclusões
relativamente à relação entre a capacidade de identificar padrões e cada uma das variáveis,
nomeadamente o facto de jogar xadrez, a idade, o ano de escolaridade, o género e a avaliação
escolar a matemática. Serão também referidas as conclusões referentes à análise da relação
entre a capacidade de identificar padrões numéricos ou geométricos e as variáveis acima
referidas, bem como as conclusões de todas essas relações para cada ano de escolaridade.

Assim, podemos concluir que: a) não existe relação entre a capacidade de identificar
padrões e o facto de jogar ou não xadrez; b) existe uma pequena relação entre a capacidade de
identificar padrões e a idade (r = 0,250); c) existe uma pequena relação entre a capacidade de
identificar padrões e o ano de escolaridade (r = 0,235); d) não existe relação entre a
capacidade de identificar padrões e o facto de pertencer ao sexo feminino ou masculino; e)
existe uma pequena relação entre a capacidade de identificar padrões e a avaliação escolar a
matemática (τ = 0,228).
Passamos, agora, a relatar as conclusões referentes à relação entre a capacidade de
identificar padrões numéricos ou geométricos e o facto de jogar xadrez, a idade, o ano de
escolaridade, o género e a avaliação escolar a Matemática.
No respeitante à relação entre a capacidade de identificar padrões geométricos,
podemos concluir que não existe relação entre a capacidade de identificar padrões
geométricos e o facto de jogar xadrez, a idade, o ano de escolaridade o género ou a avaliação
escolar a Matemática. Estes resultados vão ao encontro dos obtidos em relação à capacidade
de identificar padrões, no geral, e o facto de jogar xadrez ou  o género. No entanto, para as
variáveis idade e avaliação escolar a matemática, verificava-se uma pequena relação com a
capacidade de identificar padrões e que não se verifica para o  caso específico dos padrões
geométricos.
No que se refere à relação entre a capacidade de identificar padrões numéricos,
podemos concluir que: a) não existe relação entre a capacidade  de identificar padrões
numéricos e o facto de jogar xadrez ou o gênero; b) existe uma pequena relação entre a
capacidade de identificar padrões numéricos e a idade (r = -0,223) ou a avaliação escolar a
Matemática (τ = 0,241). Assim, verificamos que as conclusões são análogas às obtidas na
análise da relação entre estas variáveis e a capacidade de identificar padrões na globalidade.
Finalmente, passaremos a expor as conclusões referentes à relação entre a capacidade
de identificar padrões e o facto de jogar xadrez, a idade, o género e a avaliação escolar a
Matemática, em função de cada ano de escolaridade. Estas conclusões abordam a relação
referida tendo em conta dois aspectos: a capacidade de identificar padrões, no geral e, mais
especificamente, a capacidade de identificar padrões numéricos ou geométricos.
Assim, relativamente ao primeiro aspecto, podemos concluir o seguinte: a) para a
variável jogar xadrez apenas se verifica uma pequena relação (0,25) no 5.º ano; b) para a
variável gênero verifica-se uma pequena relação (0,22) apenas para o 6.º ano; c) para a
variável avaliação escolar a Matemática verifica-se a existência de relação para o 4.º e 5.º ano
e de uma pequena relação para o 3.º ano; d) para a variável idade não existe relação.

Relativamente ao segundo aspecto retiramos as seguintes conclusões: a) para a
variável jogar xadrez verifica-se a existência de relação entre a capacidade de identificar
padrões numéricos e essa variável nos alunos do 5.º ano; b) para a variável idade apenas se
verifica uma pequena relação entre a capacidade de identificar  padrões numéricos e essa
variável nos alunos do 5.º ano; c) para a variável género não se verifica a existência de
relação; d) para a variável avaliação escolar a Matemática verifica-se a existência de uma
pequena relação para os 3.º, 4.º e 6.º anos e de uma relação mais forte para o 5.º ano.
Desta forma, podemos referir que o facto de pertencer ao sexo feminino ou masculino,
assim como o facto de jogar ou não xadrez, não está relacionado  com  a  capacidade  de
identificar padrões, em geral, nem com a capacidade de identificar padrões numéricos ou
geométricos, em particular. E ainda, que a idade, o ano de escolaridade e as notas que os
alunos obtiveram a matemática têm apenas uma pequena relação com a capacidade de
identificar padrões. No entanto, para os alunos do 5.º ano verifica-se que a relação entre a
capacidade de identificar padrões, no geral, ou padrões numéricos ou geométricos, em
particular, é significativa.





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