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terça-feira, 2 de outubro de 2012

TEXTO 157 - A DAMA DO XADREZ..

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Dama_(xadrez)

                                                     A DAMA NO MODELO STAUTON.



Dama ou Rainha é uma peça maior do jogo de xadrez, representada nos países lusófonos pela letra D nas notações algébricas. É a peça de maior valor relativo do jogo, usualmente valorada entre nove e dez pontos. Assim como a Torre, é capaz de, com o auxílio do seu Rei, vencer uma partida contra um Rei solitário. Por sua alta mobilidade é a peça preferida do enxadrista iniciante.
No Chaturanga e Shatranj, antecessores mais antigos do xadrez, o lugar da Dama era ocupado peloFirzan ou Firz, equivalente ao vizir ou conselheiro real. Na Europa, durante a Idade Média, a Dama lentamente substituiu seu antecessor, apesar dos movimentos serem os mesmos, e já no final do século XIII estava presente em todo o continente. No fim do século XV, seu movimento foi ampliado atingindo a regra atual, embora as condições de promoção do peão a uma nova Dama ainda fossem restritas.
Por estar sujeita a ataques de peças menores em posições fechadas, normalmente não é utilizada na fase de abertura do jogo, embora existam aberturas classificadas na The Encyclopaedia of Chess Openings com sua utilização prematura. Nas fases de meio-jogo e final, torna-se extremamente útil, pois é empregada com facilidade em táticas como o garfo e o espeto.
A Dama movimenta-se em linhas retas pelas fileirascolunas e diagonais no tabuleiro. Não pode pular suas próprias peças ou as adversárias e captura tomando a casa ocupada pela adversária. Devido ao seu valor, normalmente é trocada somente pela dama adversária e o seu sacrifício, em função de outras peças, são posições que normalmente determinam o desfecho da partida.

Arqueologia




                                                                           Escultura em marfim, datada do século XI
As duas figuras mais antigas pertencem ao conjunto de peças de Carlos Magno e foram encontradas no sudeste da Itália, perto da cidade de Salerno e foram datadas entre 1080 e 1100. São figuras femininas em marfim, enclausuradas num pavilhão com pequenas cortesãsao lado. Ambas usam coroas como sinal de sua autoridade, e uma carrega um globo em uma de suas mãos enquanto a outra tem uma das mãos sobre um cinto afivelado. Acredita-se que estas peças eram elementos decorativos, não sendo utilizadas para a prática do xadrez, devido ao seu tamanho de aproximadamente treze centímetros e massa de um quilo. Outra figura, datada do século XII, é em marfim da Dama sentada em um largo trono, com uma mão sobre o peito e outra sobre o colo, repetindo um gestual de autoridade.[1]
Uma peça de origem espanhola datada do século XII, tem o desenho de uma figura sentada em um pequeno trono, semelhante a um autorama sendo uma das primeiras evidências no país.[2]Enquanto existem evidências arqueológicas na Espanha, Alemanha e Itália, na França eInglaterra estas são mais raras, tornando difícil rastrear quando a peça foi introduzida nestes países.[3]
As peças de Lewis possuem a figura da Dama semelhante ao Rei, sentada em um trono adornado utilizando uma coroa, porém com uma das mãos na bochecha e com um olhar atônito externando preocupação. Os desenhos dos adornos no trono indicam que as peças são de origem escandinava.[4] Quando o jogo foi introduzido na região, a figura da Dama já estava consolidada sob o tabuleiro, existindo substancial evidência arqueológica de peças escavadas na SuéciaNoruega e Dinamarca, que superam em número os artefatos encontrados em todos os outros países europeus.

Etimologia


                                                                             Dama no conjunto de peças de Lewis


chaturanga, predecessor indiano do xadrez, não possuía uma figura feminina notabuleiro, tampouco peça com movimentos semelhantes à Dama no xadrez moderno. No chaturanga, o lugar da Dama era ocupado por uma peça denominada Mantri, que significa vizir ou conselheiro real. Ao atingir a Pérsia esta peça foi chamada de farzin e posteriormente Firz.[6][7]
No século X, o xadrez chegou à Europa trazido pelos árabes e no poema Versus de Scachis (c.997) é feita a primeira menção da Dama, descrita em latim como Regina(Rainha), embora seu movimento fosse idêntico ao do firz.[8] O Libro de los juegos(1283) contém uma descrição detalhada do firz, que na Espanha foi transliterado paraAlfferza. Esta peça provém do árabe Al-firzan, que significa vizir sendo o alfferzaconceitualizado como um porta-bandeira (Alfferz), porém a figura foi passada à forma feminina. Esta troca do sexo causou certa confusão devido à presença do firz, uma peça abstrata e masculina, empregada nos conjuntos de peças árabes.[9]
Na Itália, a peça foi nomeada ferzia ou fercia, e na França fierce ou fierge, onde trocou de sexo devido a homofonia entre fierge e a palavra francesa vierge, que significa donzela ou virgem. Sua posição ao lado do Rei no tabuleiro elevou seu status à realeza, principalmente nos países onde havia a presença marcante de rainhas na monarquia.[10] O culto a Nossa Senhora e o amor cortêscoincidiram com a ampliação dos movimentos na peça, consolidados do século XV. Como consequência, países católicos como a Itália, França e Espanha utilizaram o vernáculo correspondente de domina que evocam a "Nossa Senhora" enquanto que os países transformados pela reforma protestante como Alemanha e Inglaterra se recusaram a utilizar esta derivação que poderia sugerir um culto a Virgem Maria, optando por usar o termo secular "Rainha".[11] A peça passou a ser chamada de Dama na França (Dame), Alemanha (Dame), Itália (Donna) e Espanha (Dama), e de Rainha na Inglaterra (Queen). Na Rússia ainda é chamada de ferz (koroleva, ou Rainha, é um termo coloquial e não utilizado por enxadristas profissionais), e em polonês é conhecida também como Hetman — o título de um comandante militar nacional. Na Turquia e em outros países que receberam o jogo diretamente dos árabes, a figura masculina do firzpermaneceu embora seus movimentos tenham se tornado idêntico aos da Dama posteriormente.[12].

Evolução




                                      Imagem de Isabel de Castilla na pintura conquistato de Granada, de 1482, por Pedro Marcuello.

O poema Verses on the Game of Chess escrito pelo rabino espanhol Abraão ibn Ezra no final do século XI não inclui a Dama no jogo, porém um poema posterior do mesmo autor já faz esta menção (Shegal, em hebreu). Estes registros evidenciam a origem europeia de inclusão da Dama no jogo, uma vez que na versão árabe do xadrez praticado na Espanha, coexistiu a figura do al-firzan até o século XIII. Ezra conviveu tanto com os espanhois quanto os árabes e provavelmente recebeu dos primeiros a figura feminina da peça.[13]
No livro Liber de Moribus Hominum et Officiis Nobilium Sive Super Ludo Scacchorum deCessolis a peça tem a primeira ampliação de seu movimento, sendo permitido pular até três casas em seu primeiro movimento, desde que junto ao Rei. Esta foi uma tentativa de manter a submissão da Dama em relação ao Rei, que determinava os seus movimentos "conjugais". Também é descrita a restrição da promoção de um peão a Dama enquanto a original ainda não fosse capturada, de modo a simbolizar a monogamia do casal real.[14] Já na Alemanha, um dos poemas de Carmina Burana escritos por volta do século XIII afirmava categoricamente que quando a Dama era capturada, a partida estava virtualmente perdida porém não indicava qual são seus movimentos.[15]
No mesmo período, o trabalho italiano Bonus Socius descreve o movimento do firz melhorado, permitindo-o pular duas casas em diagonal, semelhante ao movimento do Bispo na época.[16]Algum tempo depois, também foi permitido pular peças adversárias assim como o Cavalo, uma vez por jogo, de modo análogo ao roque realizado pelo Rei sendo que esta regra foi utilizada na Turquia e Rússia até o século XVIII.[17]

Ascensão da Dama

No final da idade média, o movimento da Dama foi ampliado atingindo a regra atual. A primeira evidência desta nova regra pode ser encontrada no poema catalão Scachs d'amor escrito entre 1470 e 1480. O poema descreve uma partida com as regras de movimentação atuais entre Marte cortejando Vênus, observados por Mercúrio e reitera a unicidade da Dama como única e que quando esta é capturada a partida está virtualmente perdida.[18]
Além deste manuscrito, outros dois livros do final do século XV descrevem o novo movimento da Dama, o Libre Del jochs partits dels schachs em nombre de 100 de Francisco Vicente e o Repetición de amores e arte Del axedres com CL iuegos de partido de Luiz Ramíriz de Lucena. A mudança foi tão dramática que o jogo foi chamado por Lucena de de la dama e a versão antiga de del viejo.[19]
As novas regras rapidamente se espalharam pela Europa e já no meio do século XVI eram praticadas em todo o continente. Na Itália e França, a nova variante foi recebida de modo reticente frente aos novos poderes de uma figura feminina e foi nomeada como scacchi de la donna ou alla rabiosa e eschés de la dama ou de la dame enragée. Na Alemanha recebeu o nome de welsches Schachspiel (Xadrez italiano), indicando que as regras foram recebidas a partir da Itália.[20]
Um dos fatores que facilitaram a rápida expansão das novas regras na Europa foi a invenção da prensa de tipos móveis que possibilitou a popularização do livro de Lucena, permitindo que circulasse entre as principais cidades europeias. Outro fator que talvez tenha influenciado foi a expulsão de aproximadamente duas mil famílias de judeus da Espanha. No final do século XV, através do Decreto de AlhambraIsabel I de Castela e Fernando II de Aragão expulsaram os judeus não convertidos da Espanha, que se espalharam pelos principais centros de comércio, acelerando a disseminação das novas regras de movimentação do jogo.[20]
A ascensão da Dama como a peça de maior valor relativo do xadrez coincidiu com o reinado influente de Isabel I de Castela, entretanto é provável que outras rainhas como Leonor da AquitâniaBranca de CastelaTeofânia de Bizâncio e Matilde de Canossa tenham influenciado a inclusão da figura feminina da Dama sobre o tabuleiro. O culto a virgem Maria na França do século XIII também poderia ter influenciado o jogo. O poema Les Miracles de Nostre Dame (Os Milagres de Nossa Dama) figura uma partida entre Adãoenfrentando o Diabo. A Dama neste poema é representada por Maria, que apesar dos movimentos limitados do firz, têm uma importância tal que consegue derrotar (aplicar o xeque-mate) ao Diabo.[21]





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