RESPEITE AS CRIANÇAS!

RESPEITE AS CRIANÇAS!
AS CRIANÇAS NÃO SÃO LIXO.




NÚMERO DE FOTOS E IMAGENS DESTE BLOG.

O CLUBE DE XADREZ SANTO ANTONIO DE JESUS, BAHIA (CXSAJBA) AGRADECE PELA VISITA, NESTE BLOG.
O NÚMERO DE FOTOS E IMAGENS, DESTE BLOG: 305.

VISITANTE DE NÚMERO:

sábado, 14 de abril de 2012

TEXTO 112 - PARTE 16: TESE DE DOUTORADO EM XADREZ - RACIOCÍNIO LÓGICO E O JOGO DE XADREZ: EM BUSCA DE RELAÇÕES.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000767372&opt=4
--------------------------------------------------
TESE DE DOUTORADO EM XADREZ - RACIOCÍNIO LÓGICO E O JOGO DE XADREZ: EM BUSCA DE RELAÇÕES.
AUTOR: WILSON SILVA.
ORIENTADOR: PROFº DRA. ROSELY PALERMO BRENELLI.
DATA: 23.02.2010.

No livro, Alfonso X explica o gosto medieval pelas diversões dizendo que:
Deus quis que os homens naturalmente tivessem todas as formas de alegria
para que pudessem suportar os desgostos e tribulações da vida, quando lhes
sobreviessem. Por isso os homens procuraram muitos modos de realizar com
plenitude tal alegria e criaram diversos jogos que os divertissem. (LAUAND,
1988, p. 65).
Os jogos de raciocínio como o xadrez, segundo Alfonso X, levam vantagem
sobre os esportes, pois:
(...) podem ser realizados tanto de noite como de dia, como podem também ser
praticados pelas mulheres - que não cavalgam e ficam em casa -, pelos velhos
e por aqueles que preferem ter suas distrações privadamente para não serem
incomodados, ou ainda pelos que estão sob poder alheio em prisão ou
cativeiro, ou viajando pelo mar. E, para todos em geral, quando há mau tempo e
não se pode cavalgar, nem caçar, nem ir a parte alguma e forçosamente têm de
ficar em suas casas e procurar algum tipo de jogo com que se distraiam, se
ocupem e se reconfortem. (LAUAND, 1988, p. 66).
Murray destaca que o xadrez teve uma extraordinária penetração na Europa, e
nos séculos XIII, XIV e XV gozou de uma popularidade provavelmente jamais igualada:
Perhaps the most remarkable features in the early history of chess in Europe are
extraordinary rapidity with which the game became well know, and the
completeness of its conquest of the leisured classes. (...) During the latter part of
the Middle Ages, and especially from the thirteenth to the fifteenth century,
chess attained to a popularity in Western Europe which has never been
excelled, and probably never equalled at any later date. (MURRAY, 1913, p.
428).
e) Subperíodo Renascentista (± de 1400 a 1500)
Desde sua chegada na Europa por intermédio da expansão islâmica, o xadrez
permaneceu praticamente inalterado por seis séculos, e nenhuma alteração significativa
ocorreu no que tange às regras e peças. Mas, no final do século XV, a forma medieval
do xadrez estava concorrendo com algumas variações do jogo: “Suddennly, in the
closing years of the century, we find a new variety of chess disputing with the older
game in popularity in Italy, France, and the Peninsula.” (MURRAY, 1913, p. 776).

No novo jogo, duas peças foram modificadas: o al-fil transformou-se no bispo e
a alferza tornou-se a dama, conforme pode ser visto no quadro 13 a seguir.

As mudanças no movimento do bispo e da dama alteraram completamente o
método de jogo do xadrez, pois a introdução de forças mais poderosas aceleraram o
curso da partida, tornando as partidas mais rápidas que as praticadas com as regras do
xadrez antigo. (MURRAY, 1913, p. 777).
Las consecuencias de este cambio para toda la teoria y práctica del juego
fueran enormes, y afectan a toda la relación mutua de las piezas de ajedrez. Un
simple peón puede decidir el final de la partida al transformarse en la poderosa
dama al llegar a la octava línea del tablero. Esta transición del ajedrez medieval
al moderno había tenido lugar en el último cuarto del siglo XV y son varias las
teorías sobre el lugar concreto donde nació el revolucionario cambio. (CALVO,
1997, p. 95).
Murray (1913, p. 777) afirma que lamentavelmente não é possível precisar a
data e o local que apareceu o xadrez moderno pela primeira vez:

Unfortunately, no early accounts of the new chess deal with it from the historical
standpoint, and we are left without definitive evidence for the time and place of
its first appearance, the reason for its invention, and the explanation of its rapid
spread throughout Europe.
Murray critica a hipótese de que o novo xadrez tenha sido resultado do novo
estilo de vida que a invenção da imprensa e as descobertas geográficas do século XV
inauguraram, pois os outros jogos praticados na época permaneceram inalterados e
não há razão para supor que teria afetado somente o xadrez. (1913, p. 778-779).
O sucesso do novo xadrez foi instantâneo, e na Itália e na Espanha o velho
xadrez que havia reinado por seis séculos, já estava obsoleto em todos os locais por
volta de 1510. E em todos os lugares o novo jogo substituiu o velho xadrez no tempo de
uma simples geração. (MURRAY, 1913, p. 779-780).
3.3.2 Período Moderno (± de 1500 até hoje)
O período moderno é composto por cinco subperíodos: Romântico, Científico,
Hipermoderno, Eclético e Informático, e abrange quinhentos anos da história do xadrez.
a) Subperíodo Romântico (± de 1500 a 1886)
O termo romântico no xadrez é aplicado a uma escola de pensamento do
século XIX que tinha como principal característica a preocupação estética durante a
execução dos lances na partida. Os jogadores pautavam seu jogo na busca por
elementos criativos, em detrimento do mero resultado desportivo. Para o jogador
romântico não bastava ganhar, mas tinha que ser feito com estilo, o que muitas vezes
conduzia a derrota. O jogo aberto, com ataque rápido e fulminante cheio de belas
combinações com sacrifícios de peças, foi marca registrada do movimento. No entanto,
antes de abordar essa escola, será feito uma breve descrição dos eventos precursores
do movimento romântico nos séculos XV a XVIII.
52
Antes do surgimento da imprensa, em meados do século XV, os livros eram
escritos e copiados à mão, por monges, alunos e escribas sendo que cada cópia de
livro demorava meses para ser finalizado, o que tornava o seu preço elevadíssimo e
inacessível para a maioria das pessoas. Mas com a criação do tipo móvel, por
Gutenberg, livros de xadrez com análise de partidas estavam agora disponíveis para
muitas pessoas. (AGUILERA; PÉREZ, 1984, p. 11).
Dentre os pioneiros do novo xadrez nos séculos XV e XVI, podem-se destacar
os seguintes nomes: Pedro Damiano (Portugal, 1480-1544), Paolo Boi (Itália, 1528-
1598), Ruy López de Segura (Espanha, 1540-1580), Giovanni Leonardo da Cutri (Itália,
1542-1587), e Alessandro Salvio (Itália, 1570-1640).
A forma de jogar nesta época era bastante simples e os planos ingênuos como
pode ser visto na obra de Lucena:
(...) se jogares à noite com uma só candeia, faz, se puderes, com que ela fique
à tua esquerda para que não turbe tanto a tua visão; se jogares de dia, faz com
que o adversário fique de frente para a luz e terás uma grande vantagem; neste
jogo também interessa o que o adversário tenha comido e bebido, se bem que,
para jogar muito tempo, convém ter comido algo leve, para que não perturbe a
cabeça ou beber que seja água e não vinho de forma alguma; e ao que seja
estudante, se quer que lhe aproveite tanto ao engenho quanto à memória, que
jogue pouco tempo e que o preço seja tão pequeno que, perdido, não lhe pese,
porque, de outra forma, lhe alteraria o engenho e perturbaria a memória.
(LUCENA, 1497, p. 3).
Durante os séculos XV e XVI o xadrez foi um jogo de ciladas e o melhor jogador
era aquele que conhecia mais armadilhas, e não a melhor estratégia. Uma evolução
importante na técnica enxadrística se deu no século XVII com o italiano Gioacchino
Greco (1600-1634), que orientava seu jogo não mais pela armadilha rudimentar, mas
sim pelo ataque fundamentado na concentração rápida de forças no setor do tabuleiro
onde se encontrava o rei adversário e, se preciso, utilizando brilhantes sacrifícios de
material (RÚA, 1973, p. 14-15).
O primeiro grande avanço qualitativo na planificação ocorreu no século XVIII
com o francês François André Danican Philidor (1726-1795). Ele foi o primeiro jogador a
conceber um plano que abarcasse toda a partida, e, ao contrário dos seus
contemporâneos, concebeu a partida como uma unidade, onde características básicas
53
e invariáveis governam diferentes tipos de posições. Estas características eram
basicamente formadas pelos peões, sendo que a vitória ou a derrota dependeria
inteiramente do seu bom ou mau arranjo no tabuleiro. Sua conhecida proposição de
que os peões são a alma do xadrez reflete bem a importância que atribuía a eles
(FAUBER, 1992, p. 6-11).
Para Philidor, os peões, por serem mais fixos que as peças, constituem
elementos da estrutura da posição. A forma com que se coloca o “esqueleto” de peões
determina o caráter de uma posição, e portanto, o plano apropriado para explorá-la.
Philidor demonstrou o valor do peão no lento manobrar com o propósito de abrir linhas
e de obstruir aquelas dominadas pelo inimigo. Ensinou como assaltar uma posição
sólida com o avanço de uma falange de peões e com o apoio das peças colocadas
atrás deles (LASKER, 1941, p. 199).
Isto representou uma revolução para o xadrez, pois forneceu a idéia de que a
partida é um todo integrado no qual a realização de um conjunto de metas leva a
realização de outros, por estágios, até uma eventual vitória (FAUBER, 1992, p. 10).
Lamentavelmente, depois da morte de Philidor iniciou-se um processo de abandono
das suas idéias para retornar aos ideais da tática, buscando desenvolver as peças
rapidamente e concentrar forças sobre o rei adversário (RÚA, 1973, p. 23-24).
Os principais representantes do movimento romântico no xadrez foram Adolf
Anderssen (1818-1879), Paul Morphy (1837-1884), e Joseph Henry Blackburne (1841-
1924). Durante este período a combinação foi a arma única e poderosa de combate e
não se jogava para ganhar, senão para fazer sacrifícios brilhantes. (AGUILERA;
PÉREZ, 1984, p. 27). Morphy foi o melhor jogador deste período e suas contribuições
para o desenvolvimento do xadrez são indeléveis:
En dos direcciones se dirige la aportación esencial de Morphy en el terreno de
la técnica ajedrecística, es decir en el conocimiento de los principios
posicionales que se popularizarían más tarde. El primer principio (...) estipula
que cada jugada debe contribuir en lo posible al desarrollo; el segundo afirma
que el buen desarrollo se hace tanto más efectivo cuanto de la posición abierta.
Esto equivale a decir que al bando mejor desarrollado le interesa abrir el juego y
al peor desarrollado mantenerlo cerrado en lo posible. (RETI, 1921, p. 22).
54
Morphy foi o primeiro jogador a compreender a essência das posições abertas
(aquelas onde as peças podem trafegar livremente), lançando assim as bases
posicionais para o ataque. Desde a primeira jogada, Morphy preocupava-se em
melhorar a colocação de suas peças com vistas a proporcionar-lhes o máximo de ação
e coordenação para uma atuação comum, sem perder nem um só tempo (jogada), ou
seja, proporcionando às peças o máximo de efeito com um mínimo de movimentos
(RETI, 1930, p. 23).
b) Subperíodo Científico (± de 1886 a 1946)
Aqui serão abordados três ex-campeões mundiais e suas respectivas
contribuições para o desenvolvimento do xadrez: Wilhelm Steinitz (Tchecoslovaquía,
1836-1900) e a escola posicional, Emanuel Lasker (Alemanha, 1868-1941) e a escola
psicológica, e José Raúl Capablanca (Cuba, 1888-1942) e a teoria da simplificação.
O criador da escola científica foi Steinitz que, com suas idéias lançou as bases
do xadrez moderno, e por isso é considerado uma espécie de Aristóteles do xadrez
(FAUBER, 1992, p. 69). Suas idéias estão incorporadas no que se chama hoje de
xadrez posicional. Reti expressa bem as diferenças entre as escolas Romântica e
Científica quando analisa os estilos de Morphy e Steinitz:
Morphy era muy superior a sus coetáneos en las partidas abiertas, ya que había
descubierto el secreto siguiente: el desarrollo acelerado de las piezas constituye
el punto decisivo. Las partidas cerradas eran su lado débil, y en ellas no
superaba a los maestros de su tiempo. Cerradas eran casi todas las partidas
que perdió Morphy. A otro jugador le tocaba revelarnos nuevos conocimientos
en este campo: Wilhelm Steinitz. Steinitz sabía que las posiciones cerradas no
dependen tanto del desarrollo de las piezas como de ciertas ventajas
posicionales duraderas. Estas se caracterizan a través del material existente en
el tablero y de la estructura de peones. (RETI, 1921, p. 27).
Os planos de Steinitz eram novos, baseados no acúmulo de pequenas
vantagens que o adversário cede, onde se consideradas separadamente, nada
representam, mas acumuladas podem constituir uma vantagem decisiva. Um dos
55
méritos de Steinitz foi perceber que uma partida de xadrez gira em torno de um
delicado equilíbrio de forças.
Para conseguir vantagem em um desses elementos (tempo, espaço e matéria),
deve-se ceder algum outro tipo de vantagem de igual ou aproximado valor. Em outras
palavras, nada se obtém grátis em uma partida bem equilibrada de xadrez. Steinitz foi
campeão mundial por 28 anos, de 1866 a 1894, quando perdeu o título mundial para
Emanuel Lasker. Kasparov assim descreveu Steinitz:
Steinitz efetivamente dominou o xadrez a partir do início da década de 1870.
Ele era um ardente defensor do método científico, que podia, em sua opinião,
prover a chave para a resolução de qualquer problema que surgisse sobre o
tabuleiro. Foi o primeiro a dividir a posição em elementos, a captar seus fatores
mais importantes e a estabelecer os princípios gerais de estratégia. Essa foi
uma grande descoberta, um ponto de virada na história do xadrez! Mas na
prática Steinitz freqüentemente superestimava a importância da teoria de jogo
posicional que ele havia criado, e confiava excessivamente em princípios
abstratos. Bem, ele era uma verdadeira criança de sua época materialista,
quando prevalecia a ingênua crença na onipotência da ciência e na
inevitabilidade de que logo todos os processos naturais seriam completamente
compreendidos. (KASPAROV, 2004, p. 8).
A investigação de Steinitz começou partindo do princípio que o plano deve ter
uma razão. Ele percebeu que o plano, ao ser uma prescrição ou regra para alcançar
êxito no tabuleiro de xadrez, não podia basear-se na genialidade do jogador (como se
acreditava na sua época), mas sim deveria ser procurado na posição das peças sobre o
tabuleiro, e a ferramenta para este propósito deveria ser a avaliação (LASKER, 1947, p.
206).
Portanto, a base de um plano magistral deve ser sempre uma avaliação.
Embora valorizar, avaliar, julgar, estimar algo não proporcione um conhecimento exato
do que está sendo avaliado, este conhecimento por estimativa, ainda que não seja
exato, constitui um guia eficaz para o jogador (LASKER, 1947, p. 208).
No núcleo da teoria de Steinitz encontra-se o conceito de equilíbrio da posição,
que pode ser expresso assim: se as vantagens que um jogador possui são
compensadas pelas vantagens do seu adversário a posição está equilibrada. Nestes
casos não se deve empreender nenhum ataque visando ganho imediato. A idéia de
56
equilíbrio é suficiente para convencer que em posições equilibradas o melhor jogo de
ambos os lados deve levar a posições também equilibradas. Somente através de
perturbações no equilíbrio da posição, de modo que um jogador obtenha uma
vantagem, sem compensação para o adversário, pode-se atacar com intenção de
ganhar (LASKER, 1947, p. 231).
Uma vez que não se deve esperar nada grátis numa partida bem jogada, o
enxadrista deve jogar com vistas ao acúmulo de pequenas vantagens, que, embora
isoladas nada signifiquem, consideradas no conjunto representam uma grande
vantagem. Essa grande vantagem surgida mediante a acumulação de pequenas
vantagens desemboca numa combinação vencedora (LASKER, 1947, p. 214-216).
No jogo prático, Steinitz esforçou-se por transformar as pequenas vantagens,
que desaparecem rapidamente, em pequenas vantagens duradouras, para depois
acumulá-las. Estas vantagens duradouras eram: o isolamento de um peão inimigo; a
maioria de peões no flanco da dama longe do rei contrário; a debilitação da estrutura
dos peões adversários (em particular, os próximos ao rei); um posto avançado que não
pode ser atacado; o domínio de linhas abertas (LASKER, 1947, p. 221).
Os princípios de Steinitz foram resumidos por Kotov (1989, p. 33-34) em quatro
regras: 1) O lado dominante deve atacar, e deve fazê-lo, caso contrário correrá o risco
de perder a vantagem. Deverá atacar o ponto mais fraco da posição do adversário. 2) O
lado que está na defensiva deve continuar defendendo-se e fazer concessões de
tempos em tempos. 3) Em toda posição equilibrada os dois lados manobram
procurando inclinar o equilíbrio a seu favor. Mas uma posição equilibrada gerará outras
também equilibradas, se os jogadores jogarem com precisão. 4) A vantagem pode ser
grande e indivisível ou um conjunto de pequenas vantagens. O lado superior deverá
acumular pequenas vantagens e transformar as vantagens variáveis em constantes.
De todos os grandes mestres que marcharam pelos caminhos descobertos por
Steinitz, Lasker foi o que chegou mais longe e que, assimilando as idéias posicionais,
revestiu suas atuações com um selo pessoal tão luminoso e distinto, que se pode dizer
que constituiu um novo sistema (AGUILERA; PÉREZ, 1984, p. 143).
57
Como Steinitz, Lasker também procurou desvendar os princípios fundamentais
que regem a conduta da partida de xadrez, mas posicionou o escopo de sua análise
tanto na técnica quanto nas idiossincrasias do enxadrista. O seu
estilo, que consistia em desequilibrar a posição nem sempre realizando as melhores
jogadas, mas sim fazendo o lance mais desagradável para cada adversário.
Reti, ao analisar o estilo psicológico de Lasker, fez o interessante comentário:
Al estudiar las partidas de Lasker, jugadas en los torneos, reconocí que, a
primera vista, en el curso parece tener una suerte increíble. Hay torneos en los
que quedaba primero y durante los cuales ganó casi todas as partidas, a pesar
de que la mitad de casi todas ellas se había encontrado a punto de perder, de
modo que, muchos decían de una influencia hipnótica de Lasker sobre sus
adversarios. ¿Qué es la verdad? Me esforcé nuevamente en descubrir el
secreto de sus partidas, estudié el por qué de sus éxitos. Es un hecho que no
se puede negar: Lasker establece siempre mal sus partidas, cien veces va a la
pérdida y, sin embargo, las gana. La hipótesis de tanta suerte es inverosímil. Un
hombre que consigue tantos éxitos, debe de poseer una fuerza sorprendente,
¿por qué tantas veces una situación tan mala de pérdida? Solamente queda
una contestación que parece sólo una paradoja al juzgarla superficialmente:
Lasker, a menudo, intencionadamente juega mal. (RETI, 1930, p. 69).
Esta escola fundada por Lasker, recebeu o nome de Escola Psicológica.
Kasparov escreveu o seguinte sobre Lasker:
Nativo da Alemanha, doutor em filosofia e matemática, Lasker foi o primeiro, e
naquela época o único, jogador a apreciar a importância de fatores
psicológicos. Sendo um excelente tático e estrategista, ao mesmo tempo ele
percebeu que a arte de explorar as deficiências do oponente era às vezes muito
mais importante que a habilidade de fazer os lances corretos. Um profundo
conhecimento da psicologia humana e uma compreensão do valor relativo da
estratégia no xadrez ajudaram-no a vencer quase todos os eventos em que
competiu e a manter seu título de campeão por 27 longos anos. Um record
absoluto! (KASPAROV, 2004, p. 8).
Nikolai Krogius (KROGIUS, 1976), psicólogo e Grande Mestre de xadrez,
levantou a hipótese que Lasker retirava informações não somente da análise das
partidas de seus adversários, mas também do contato direto com eles. Para testar esta
hipótese, ele conduziu uma análise comparativa dos resultados de Lasker contra
jogadores do nível de Grande Mestre. Krogius esclarece o objetivo do estudo:
58
The concrete aim of this research was to clarify the influence of the result of
the
first game (i. e. the first direct contact over the board) on the outcome of subsequent games against the same opponent during the peak period of his
mastery (1895-1925). (KROGIUS, 1976, p. 176).
Os resultados da pesquisa de Krogius podem ser visto na tabela a seguir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário