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domingo, 15 de abril de 2012

TEXTO 120 - PARTE 24: TESE DE DOUTORADO EM XADREZ - RACIOCÍNIO LÓGICO E O JOGO DE XADREZ: EM BUSCA DE RELAÇÕES.

PESQUISADO E POSTADO, PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

REFERÊNCIA:
http://www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=000767372&opt=4
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TESE DE DOUTORADO EM XADREZ - RACIOCÍNIO LÓGICO E O JOGO DE XADREZ: EM BUSCA DE RELAÇÕES.
AUTOR: WILSON SILVA.
ORIENTADOR: PROFº DRA. ROSELY PALERMO BRENELLI.
DATA: 23.02.2010.

Piaget informa que, para atingir novos possíveis, não é suficiente imaginar
processos que visam a um objetivo qualquer (com otimização ou redução a uma busca
de variações): resta compensar essa forma efetiva ou virtual de perturbação que é a
resistência do real quando concebido como “pseudonecessário”. Um tal mecanismo
provoca, aliás, esse efeito suplementar de impelir o sujeito, no momento em que
conseguiu vencer um obstáculo num ponto particular, a concluir através de uma
inferência quase evidente que, se uma variação é possível, outras o são também, a
começar pelas mais parecidas ou pelas de sentido contrário. (PIAGET, 1981, p. 9).
Se o possível procede, de um lado, das vitórias obtidas sobre o real e, por outro
lado, das lacunas a preencher quando uma variação imaginada conduz à suposição de
outras, esse duplo processo depende da equilibração em suas formas mais gerais. Mas
enquanto o sistema dos esquemas presentativos e estruturais é caracterizado por
estados de equilíbrios momentâneos ou duradouros, a natureza própria dos possíveis
abertos pelo sistema dos procedimentos é, ao contrário, sua mobilidade contínua,
reforçada pelas transferências que logo adquirem um resultado particular. (PIAGET,
1981, p. 10).
Sobre a evolução dos possíveis, Piaget faz a distinção entre possível estrutural
e funcional, conforme pode ser visto nos quadros 18 e 19.


Essa relação é tão íntima que nos foi possível utilizar os mesmos estádios para
descrever os desenvolvimentos: ao estádio pré-operatório I correspondem os
possíveis por sucessão analógica; no nível IIA, do início das operações
concretas, se constituem os co-possíveis concretos; no seguinte IIB (patamar
de equilíbrio das operações concretas) situam-se os co-possíveis que
chamaremos abreviadamente abstratos, mas simplesmente no sentido de que
são generalizados a muitos casos do que os únicos atualizados; finalmente, no
patamar III das operações hipotético-dedutivas aparecem os co-possíveis
quaisquer em um número ilimitado. (PIAGET, 1981, p. 130).
No primeiro nível, o possível engendrado gradualmente através de sucessões
analógicas, as pesquisas mostram que as primeiras aberturas para novos possíveis
decorrem de processos analógicos que combinam pequenas diferenças com
semelhanças.
No segundo nível, do co-possível concreto, os possíveis são pouco numerosos
mas todos atualizáveis (realizáveis), e no terceiro nível, do co-possível abstrato, os
possíveis são bem mais numerosos (mas não “infinitos”) e dos quais somente alguns
exemplos são fornecidos pelo sujeito. (PIAGET, 1981, p. 17). Esse qualificativo
“abstrato” significa que, para o sujeito, as poucas realizações que ele indica não são
exemplos de um campo de variações muito mais numerosas que podem ser deduzidas
enquanto totalidade, mas não realizadas (nem mesmo representadas) uma a uma.
(PIAGET, 1981, p. 25).
No último nível, do co-possível “qualquer” em número ilimitado, o possível
torna-se verdadeiramente dedutível desde a primeira constatação corrigida e isso
graças a sua união com o necessário. (PIAGET, 1981, p. 28).
Piaget afirma que o advento do co-possível não marca somente a passagem do
sucessivo ao simultâneo, o que já constitui um progresso decisivo, mas a formação de
novos tipos de possíveis que favorecem o desenvolvimento de “composições regradas”
a partir de “sobrecomposições”: esses novos tipos consistirão em relações entre
relações, ou relações entre variações, o que prepara naturalmente a formação das
operações. (PIAGET, 1981, p. 77-78).
Piaget diz que a explicação causal consiste em colocar o real num sistema de
variações co-possíveis, unidas entre si através de relações necessárias. (PIAGET,
1981, p. 28).
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Do ponto de vista funcional, Piaget também identificou quatro níveis evolutivos
de possíveis, conforme pode ser visto no quadro a seguir.


O possível hipotético é a forma mais elementar e comporta uma mescla de
erros e de idéias fecundas que levam a êxitos. Os possíveis atualizáveis são os que,
após seleções, dão origem às realizações efetivas ou a uma idéia correta de sua
amplitude (mesmo no caso de número reconhecido “infinito”). O possível dedutível
refere-se a variações intrínsecas que podem ser inferidas a partir de uma estrutura
operatória. Por fim, fala-se de possíveis exigíveis quando o sujeito pensa que se pode e
se deve generalizar uma estrutura, mas sem saber ainda por meio de quais
procedimentos. (PIAGET, 1976, p. 62).
Piaget ainda faz a distinção entre dois tipos de possíveis: físico e instrumental.
O possível físico refere-se às possibilidades que o material oferece, mas que é preciso
descobrir através de explorações mais ou menos rudimentares ou dirigidas e que
depende da experiência. Em outras palavras, o possível físico apóia-se nos efeitos
supostamente possíveis de uma modificação determinada do material e diz respeito às
relações causais que condicionam quaisquer composições.
Já o possível instrumental refere-se aos poderes possíveis que o sujeito pode
adquirir através de suas ações apoiando-se nesse possível físico, mas ultrapassando,
mais ou menos consideravelmente, as ligações elementares e imaginando
combinações de ordem superior acompanhadas ou não de variados objetivos com fim
determinado e de uma necessidade de otimização ou, pelo menos, de melhoramentos.
Dito de outra forma, o possível instrumental apóia-se nas ações a serem executadas coordenadas para obter construções livremente escolhidas e subordina as relações
causais a fins determinados. (PIAGET, 1981, p. 58).

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